Bem-vindo ao NUTRIÇÃO DE FAMÍLIA!
Aqui entendemos que a alimentação nutre mais que corpos, nutre relações.

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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Natal: o encontro perfeito da família com a comida

É interessante pensar sobre o natal. Uma ceia maravilhosa preparada com muito carinho para reunir os familiares. E que ceia!!!! Repleta de gostosuras sem fim. Para alguns a melhor época do ano. Para outros, um momento de intensa ansiedade e apreensão. Encontrar com os parentes nem sempre é fácil e parece que no Natal isso pode se tornar pior ainda. Mas dependendo da disposição de cada um, o encontro pode ser muito prazeroso. Não, não estou falando do panetone, do peru ou das castanhas. Estou falando do encontro entre pessoas que se amam e que apesar da história que carregam juntas, têm no natal a possibilidade de iniciar algo novo e bom. Têm a oportunidade de se alimentar de bons sentimentos, mais do que de delícias gastronômicas. O Natal é o encontro perfeito da família com a comida da alma. É um excelente momento para troca de elogios sinceros e para exercitar o perdão. É a hora de fazer diferente: de lançar fora a armadura e abrir o coração. Claro que isso não é fácil, mas é possível. E o resultado: surpreendente!!!
 Que o seu Natal não se reduza ao consumo da ceia e da troca de presentes, que ele seja amplo. Que alcance a esperança e a disposição de construir com os mais próximos uma história duradoura de amor e carinho. Que você possa ver o outro com ternura e aplicar a misericórdia àqueles que você mais ama. Assim como Cristo nos ensinou.

Ah! E não se esqueça de comer as guloseimas com moderação!!! Não coma muito para afogar sua ansiedade e muito menos para demonstrar sua alegria. O seu corpo merece um maravilhoso natal e um Ano Novo com muita saúde! Portanto nada de exageros.

Feliz Natal!!!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Que tal um petisco?

Esse vem de Portugal. Segue o resumo do estudo.
Título: A influência da família e da televisão na alimentação das crianças do 4º ano do Concelho de Vila Nova de Gaia
Autor: Almeida, Ana Sofia Pinto de

Resumo:
O aumento da obesidade, documentada tanto em adultos como em crianças de países desenvolvidos, faz desta a maior ameaça à saúde pública. Os sintomas físicos e o tratamento das doenças secundárias, como a diabetes são apenas parte das consequências da obesidade em crianças, havendo importantes implicações no desenvolvimento psicossocial e no bem-estar. Tendo em conta os dados da International Obesity Task Force (IOTF) (2005), a taxa de excesso de peso e obesidade na infância é actualmente estimada em 10,0 – 20,0 % no norte da Europa, nos países mediterrâneos e no sul da Europa. Nas crianças portuguesas a prevalência de excesso de peso e obesidade é de 31.6 %. Neste contexto, a investigação sobre a obesidade infantil e a intervenção devem, por isso, ser uma prioridade na agenda da saúde pública. A partir de um número de ferramentas psicométricas existentes para avaliar o comportamento alimentar das crianças portuguesas, a versão traduzida do Child Eating Behaviour Questionnaire (CEBQ) foi escolhida e aplicada, entre Abril e Maio de 2007, a mais de 320 crianças, com idades compreendidas entre os 9-10 anos e respondidos pelas mães no registo do peso e altura. As crianças foram escolhidas a partir de uma amostra de 29 escolas do 1º ciclo seleccionadas ao acaso, das 97 do Concelho de Vila Nova de Gaia. Em cada escola, uma turma do 4º ano foi seleccionada ao acaso e toda as crianças foram avaliadas. As respostas correspondem a 9,1 % de todas as crianças que frequentam o 4º ano nas escolas públicas do Concelho. As subescalas de “Aproximação Alimentar” e “Afastamento Alimentar”foram relacionadas com o Índice de Massa Corporal (IMC), os hábitos alimentares das crianças e o visionamento de televisão. Os resultados foram avaliados de acordo com o sexo da criança, nível sócioeconómico, nível de escolaridade das mães e profissão das mães. Os resultados demonstraram uma forte relação entre o comportamento alimentar das crianças e o excesso de peso ou obesidade, com “BMI z-score”, ajustados ao sexo e idade, correlacionados positivamente com as subescalas “Aproximação Alimentar” e negativamente com as subescalas de “Afastamento Alimentar”. Foi ainda encontrada uma relação positiva entre o IMC e os factores externos nomeadamente o visionamento de televisão, a publicidade, a prática de actividade física e a família.

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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Pausa para a foto: como a família vê a anorexia e a bulimia

Mais um artigo sobre o nosso tema.


Percepção de familiares sobre a anorexia e bulimia: revisão sistemática

Percepción de familiares sobre la anorexia y bulimia: revisión sistemática


Cybele Ribeiro EspíndolaI;Sérgio Luís BlayII
IPós-graduação em Psiquiatria e Psicologia Médica. Escola Paulista de Medicina (EPM). Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). São Paulo, SP, Brasil
IIDepartamento de Psiquiatria. EPM-UNIFESP. São Paulo, SP, Brasil


RESUMO
Realizou-se revisão sistemática da literatura publicada entre 1990 e 2006 com metodologia qualitativa sobre a perspectiva de familiares de pessoas com anorexia e bulimia nervosa. Após revisão crítica dos artigos e metassíntese, utilizou-se a abordagem meta-etnográfica para analisar e sintetizar os dados. O processo de interpretação empregado foi a reciprocal translation. Dentre 3.415 estudos, nove atenderam aos critérios de inclusão e exclusão. Dois conceitos emergiram: reconhecimento da doença e repercussões da doença. Na reorganização familiar, o sentimento de impotência foi predominante. Os resultados indicam a presença de distorções sobre os conceitos da doença associadas a um comprometimento familiar, que modifica a comunicação, atitudes e comportamentos dentro de um contexto de impotência.

texto na íntegra

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Depois do jejum...comida leve

Saiu na Folha de São Paulo:

12/10/2010 - 09h20
Terapia familiar é a mais eficaz para tratar anorexia

JULIANA VINES

A terapia familiar é duas vezes mais eficaz no tratamento da anorexia nervosa do que a terapia individual.
Uma pesquisa da Universidade de Stanford em parceria com a Universidade de Chicago, nos EUA, comparou os dois tipos de tratamentos em 121 pacientes de 12 a 18 anos.
Aqueles que tiveram apoio e acompanhamento de pais e irmãos se recuperaram mais rapidamente e melhor.
Para Ester Zatyrko Schomer, psicóloga clínica e terapeuta familiar do Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares (Ambulim) do Hospital das Clínicas da USP, tratar a família toda é mesmo mais eficaz do que acompanhar apenas o paciente.
"A rotina familiar pode ter relação com a determinação ou a continuidade da doença. Essa é a terapia mais abrangente, porque cada um descobre o que precisa fazer para ajudar."
Uma pessoa com anorexia é capaz de desestabilizar toda a casa. Em geral, quando os pais procuram ajuda para os filhos, eles mesmos já estão precisando de apoio.
"Eles se sentem impotentes e já estão cansados. Isso gera conflitos, agressões das duas partes e perda do diálogo", diz a médica psiquiatra Maria Angélica Nunes, coordenadora do Grupo de Estudos e Assistência aos Transtornos Alimentares (Geata), de Porto Alegre.
A forma mais comum do tratamento familiar coloca o paciente, irmãos e pais na mesma sessão. A primeira lição que os pais aprendem é que eles não são e nem devem se sentir culpados.
"Há muitas causas para um transtorno alimentar. É impossível falar em culpados. Os pais precisam recuperar a autoestima e a autoridade. Eles são as melhores pessoas para orientar e ajudar os filhos doentes", afirma Liliane Kijner Kern, médica psiquiatra do Programa de Orientação e Assistência a Transtornos Alimentares (Proata) da Unifesp.
Em uma das sessões, por exemplo, todos são convidados a almoçar no consultório. O terapeuta assiste a tudo e apoia os conselhos dos pais para reforçar a autoridade.
ERROS
Segundo Kern, sem orientação, muitas vezes as famílias tomam rumos errados. Há, segundo ela, duas atitudes comuns que só fazem alimentar a doença. A primeira delas é insistir para que o paciente coma.
"É uma guerra sem solução. Os pais tentam argumentar sobre a comida, o número de calorias e não adianta. A doença é sempre mais forte", diz a psiquiatra.
Outro problema é ceder às exigências do paciente. Quem tem um transtorno alimentar tenta controlar a alimentação da família toda e faz chantagens para isso. "Ceder só fortalece o mau comportamento do paciente", explica a médica.
Todos os integrantes da família precisam estar abertos ao diálogo, esquecer as cobranças e fazer acordos.
"Firmamos um acordo sobre como vai ser a alimentação naquela semana, e precisamos da família para fiscalizar se o cardápio está sendo cumprido. É um plano discutido e firmado entre o paciente, o terapeuta e a família. Essa é a maior ajuda que a família pode dar", afirma a nutricionista Fernanda Pisciolaro, da Associação Brasileira paro o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Um petisco: família como protagonista

Olá, passo rapidinho para deixar um petisco...rsss...

A família como protagonista: desafios atuais
Débora Staub Cano
Carmen Leontina Ojeda Ocampo Moré
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

RESENHA SOBRE O LIVRO:
Família e... Comunicação, Divórcio, Mudança, Resiliência,
Deficiência, Lei, Bioética, Doença, Religião e Drogadição.
Ceneide Maria de Oliveira Cerveny
Casa do Psicólogo
São Paulo, 2004

A Profa. Dra. Ceneide M. de Oliveira Cerveny organizou em sua obra (Família e... Comunicação, Divórcio, Mudança, Resiliência, Deficiência,Lei, Bioética, Doença, Religião e Drogadição) um conjunto de capítulos em que a diversidade de temas pode ser contemplada. Assim, com a contribuição de vários autores, de experiências distintas e relevantes na área, o segundo livro da coleção “Famíliae...” traz para discussão assuntos que a permeiam no atual acontecer histórico.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Genograma Familiar - o talher certo para saborear o prato

Falar sobre família é fácil. Todo mundo fala. Difícil é visualizar o seu funcionamento. O primeiro passo para se conhecer uma famíia é fazer seu genograma, sua árvore genealogica incrementada. Nela é possível visualizar, de forma ordenada, cada pessoa e a sua relação com as demais. Além disso, durante a sua construção, aprendemos a sua história e como ela foi construída no tempo. Para facilitar nossa degustação, posto abaixo o resumo de um trabalho científico sobre esse instrumento. Bon apetit!!

Genograma: informações sobre família na (in)formação médica
José Roberto Muniz
Evelyn Eisenstein
RESUMO
Os autores apresentam o genograma como um instrumento clínico de trabalho para o profissional de saúde. Fundamentado na teoria sistêmica, o genograma possibilita analisar o contexto psicossocial do paciente, sua família e sua doença. Por ser um mapa relacional, facilita a visualização do contexto familiar, funcionando como uma “radiografia” psicossocial do paciente. Os autores sugerem seu uso na prática clínica e fornecem exemplos de sua aplicação. Concluem ser um instrumento que favorece a identificação de estressores no contexto familiar, no estabelecimento da relação entre estes e o processo saúde-doença. O genograma evidencia a identificação de padrões transgeracionais de doença e de redes de apoio psicossocial, além de possibilitar a ampliação de estratégias terapêuticas mais adequadas. 

texto na íntegra

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Que tal voltarmos à mesa?

Desculpem, amigos!! Estou a muito tempo sem postar... Claro, que o problema é o de sempre: tempo!..rssss
Mas, achei um trabalho de pesquisa interessante sobre obesidade infantil e decidi divulgar o resumo, para reaquecer nossas discussões. Segue na íntegra o resumo do artigo publicado na revista Psicologia Argumento da PUC-PR.

OBESIDADE INFANTIL E A FAMÍLIA: EDUCADORES EMOCIONAIS E NUTRICIONAIS DOS
FILHOS
Fernanda Ax Wilhelm
Jenniffer Haranda Colombo Antunes de Lima
Keyla Franciani Schirmer

Resumo
A ocorrência de obesidade infantil alcança índices preocupantes. A temática tem adquirido relevante importância, principalmente devido ao impacto que pode provocar na vida de crianças, trazendo conseqüências físicas, sociais, econômicas e psicológicas. O objetivo do estudo foi identificar os comportamentos e sentimentos presentes em crianças com obesidade indicados por suas mães e uma nutricionista que realiza acompanhamento nutricional com estas crianças em um serviço de saúde pública. Participaram do estudo uma nutricionista e quatro mães de crianças com idade entre 4 e 7 anos, que apresentam obesidade infantil. Na obtenção de dados sobre os comportamentos e sentimentos, foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas com a nutricionista e com as mães. Os resultados obtidos indicam que a família possui papel fundamental no desenvolvimento físico, psíquico e moral das crianças, exercendo influência nos hábitos alimentares destas, sendo seus primeiros educadores emocionais e nutricionais. As crianças também acabam exercendo influência nos hábitos alimentares da família quando iniciam o acompanhamento nutricional, porque os pais necessitam mudar seus hábitos alimentares para auxiliar as crianças neste processo. Os principais sentimentos encontrados em crianças com obesidade foram os sentimentos de baixa auto-estima, ansiedade e culpa. O principal comportamento encontrado no contexto educacional foi o comportamento de bater nos coleguinhas durante o recreio escolar diante dos “deboches e comentários maldosos”. No contexto familiar, referem-se ao comportamento da troca de favores com os pais e o comportamento de fazer chantagem com estes em relação a algum tipo de alimento.

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terça-feira, 8 de junho de 2010

Brasília ganha banco público de sangue de cordão umbilical

Segue a notícia retirada do site do INCA.(www.inca.gov.br)

"O banco de sangue de cordão umbilical e placentário do Distrito Federal, inaugurado dia 1º de junho, na Fundação Hemocentro de Brasília, é o sétimo a integrar a Rede Brasilcord, de bancos públicos. O objetivo é aumentar as chances dos pacientes que precisam de células-tronco e não encontram doadores compatíveis.
O Brasil ocupa, atualmente, o terceiro lugar no ranking de países com maior número de doadores voluntários de medula, com um total de 1,6 milhão de cadastrados, atrás apenas dos Estados Unidos e da Alemanha. A maioria dos pacientes (70%) não consegue encontrar na família um doador compatível. Daí a importância dos doadores voluntários.

As chances aumentam ainda mais por meio do armazenamento de sangue do cordão umbilical e da placenta nos bancos públicos. Isso porque quando o transplante é feito com células da medula é necessário 100% de compatibilidade genética. Com o sangue de cordão, é possível fazer o transplante a partir de 70% de compatibilidade.

O coordenador da Rede BrasilCord, Luis Fernando Bouzas, disse que a expectativa é que o sangue de 65 mil cordões e placentas sejam armazenados em cinco anos.

A Rede BrasilCord, coordenada pelo INCA, é responsável por reunir em um sistema digitalizado todos os bancos públicos de sangue de cordão umbilical e placentário no país. Dia 8 será inaugurada a unidade do Ceará e dia 24, a do Pará. Estão previstas para esse ano inaugurações no Rio Grande do Sul, Pernambuco e Paraná. O de Minas Gerais será inaugurado em 2011.

A partir deste mês, com a normatização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os custos dos transplantes de medula óssea também serão cobertos por planos particulares de saúde."

terça-feira, 1 de junho de 2010

Como mudar um hábito alimentar?

Devagar. Essa é a resposta. Toda mudança requer adaptação. Precisa ser incorporada na rotina, virar um hábito. Por isso, temos que ir aos poucos. Uma coisa de cada vez. Hoje sabemos muito sobre práticas de vida saudáveis, como alimentação equilibrada e atividade física. Contudo, colocá-las em prática é o grande dilema.  A sensação é de uma grande mudança. O que traz inquietação para nós e para nossas famílias. O segredo é fazer pequenas grandes conquistas. Por exemplo, liste 10 coisas que você sabe sobre alimentação saudável. Dessas, verifique quais não fazem parte da sua rotina. Agora, veja qual dessas últimas é mais fácil de você incorporar ao seu dia-a-dia. Pense do que você precisa para realizá-la e como irá fazê-la. Por fim, faça um compromisso com você mesmo: durante essa semana vou fazer esse pequeno gesto por mim. Só volte a lista e reinicie o processo quando esse pequeno gesto for rotina para você.
PS. Não deixe para segunda-feira, sua saúde não pode esperar. O dia de se cuidar é hoje. Tim!Tim!

sábado, 29 de maio de 2010

Afinal, o que a colcha de retalhos tem haver com os hábitos alimentares?

No post anterior entendemos que existem forças de pertencimento e de independência numa família. E que são essas forças que definem as relações dentro de uma família. A esse grau que vai de independência total ao pertencimento total, chamamos de coesão. Ok, mas como essa coesão familiar interfere na mudança dos hábitos alimentares?
Bem, famílias desligadas em nada innterferem no processo de mudança da dieta, inclusive não dão suporte nem apoio aos seus membros. As equilibradas interferem no processo, inicialmente com resistência, mas ao perceberem como algo bom para a família, tendem a apoiar e dar suporte ao membro, até mesmo , aderindo como família a mudança de hábito. Já os sistemas aglutinados tendem a dificultar qualquer mudança de um membro da família, como forma de manter a sobrevivência do sistema. Nesses casos, a família toda deve fazer parte do processo de mudança alimentar. Dificilmente um membro sozinho conseguirá ter sucesso. Além disso, nesse tipo de funcionamento as mudanças devem ser feitas aos poucos. Um passo de cada vez. Qualquer mudança brusca é uma forte ameaça a identidade familiar.
Claro, que cada família é única e, nessa escala de coesão, raramente uma família estará nos extremos ou  exatamente no meio. Por isso, devemos identificar se nossas famílias estão mais para desligadas ou mais para aglutinadas. Ao percebermos isso, o movimento dos nossos familiares em relação a nossa dieta fica mais claro e conseguimos lidar com as pressões e as expectativas de forma mais consciente e adequada. Por enquanto é só. Que tal um brinde? Tim, tim!!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

E o prato de hoje é .......Família

Bem, voltando ao prato principal, no dia 29/04/2010 escrevi um pots sobre a relação entre hábito alimentar e o grupo familiar. Mas, afinal, como podemos entender o funcionamento de uma família?
Existem vários teóricos que já estudaram e escreveram sobre isso, aqui vou me deter a alguns aspectos importantes que tem vínculo mais claro com a mudança alimentar.
Então vamos ao tema. Entendemos família como sendo um sistema. É como uma colcha de retalhos. Cada membro da família é um retalho. Tem suas características próprias, textura, estampa, cores e tamanho. Existe sozinho como indivíduo. Quando une-se cada retalho com o outro, se forma a colcha, a família. É claro que a colcha é mais do que a soma do seus retalhos. Com os mesmos retalhos podem ser feitas várias colchas diferentes ou mesmo nenhuma colcha. Assim também é a família, ela é mais do que a soma de seus membros. São as relações , a costura, que dá a sua forma.
Quando a costura é muito frouxa, vemos claramente cada retalho bem separado. Na família, as pessoas são completamente independentes umas das outras, chamamos essa forma de funcionamento de desligada. Quando, ao contrário, a costura é tão forte, que não conseguimos identificar onde começa e termina cada retalho, ou seja, os indivíduos se misturam de tal forma que existirem enquanto família é muito mais importante do que serem indivíduos, denominamos de funcionamento aglutinado. 
Pensando numa régua de coesão familiar, teríamos no ponto zero as famílias desligadas e no outro extremo, as aglutinadas. Como sabemos, para ser colcha de retalhos precisamos tanto de pertencimento quanto de independência. Dessa forma, o equilíbrio entre essas forças é sempre o mais saudável. E o que isso tem haver com alimentação? Tema para outra refeição. Bono apetit!

sábado, 22 de maio de 2010

Mais um aperitivo

Olá pessoal,
Ainda envolta na correria, passo aqui rapidinho para postar o artigo que saiu no Portal IG sobre nossa pesquisa.
Segue o link:
http://delas.ig.com.br/saudedamulher/tratamento+de+obesidade+exige+terapia+familiar/n1237620001084.html

Bjs
Até breve!!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Intervalo entre refeições

Olá, pessoal,
A vida está muito corrida. Não consegui um tempo para dar andamento as nossas discussões sobre família e alimentação. Dei uma entrevista ao Jornal Local da TV Brasília no dia 1° de maio. E gravamos (Eu e  a Dra. Alexina) uma entrevista de 30min com o jornalista Pedro Pontes para o Mixtv Notícias que vai ao ar dia 26/05 às 6:30 da manhã. Sei que esse é um horário ingrato para muitos, por isso vou ver se consigo disponibiizá-la na íntegra aqui no blog. Por enquanto é só. Um abraço e até breve.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Obesidade: Relações familiares têm influência na doença

Pessoal,
Saiu um release sobre nossa pesquisa no site da Universidade Católica de Brasília. Segue na íntegra.

Obesidade: Relações familiares têm influência na doença
(15/04/2010 - 15:31)


Problemas cada vez mais comuns na vida do brasileiro como a obesidade e o transtorno alimentar não são questões isoladas que dizem respeito somente ao indivíduo. Uma pesquisa do Mestrado em Psicologia da Universidade Católica de Brasília mostra que o ambiente familiar no qual vivem essas pessoas está diretamente relacionado a esses problemas. O estudo, que analisou pacientes obesos e vítimas do Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) e seu contexto familiar, traz uma reflexão sobre a influência da realidade em que esses pacientes se inserem.
Segundo a pesquisa, problemas familiares são muitas vezes influentes nesses distúrbios. Em alguns casos analisados, percebeu-se que muitas famílias de pessoas obesas se caracterizam por praticarem poucas atividades de lazer, evitar constantemente qualquer tipo de conflito e manter uma comunicação com pouca expressão de sentimentos. A alimentação, nesses casos, se firma como um laço de afetividade entre os membros da família. Além disso, percebeu-se que nessas situações a obesidade é vista como o único problema presente, o que caracteriza um quadro de acomodação dos integrantes em relação ao distúrbio.
Em relação às famílias com TCAP, o quadro parece mais crítico. De acordo com os dados observados, esses casos apresentam situações de rejeição e negligência paterna, além de maior vulnerabilidade ao problema da obesidade. O estudo percebeu ainda outros fatores relacionados. Em algumas situações, o indivíduo apresenta uma história marcada por perdas, além de uma dificuldade de comunicação e adaptação no meio familiar.
Dessa forma, a pesquisa aponta que o tratamento médico padrão para esses casos não é suficiente. Existe a necessidade de se realizar uma terapia em conjunto com os membros da família para auxiliar no tratamento da obesidade e do transtorno alimentar, de modo que sejam resolvidas as questões que favorecem esses distúrbios.
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-graduação em Psicologia, da Universidade Católica de Brasília, 2007

Autora: Ana Flávia Nascimento Otto / Professora Orientadora: Maria Alexina Ribeiro

Link: Portal de notícias UCB

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Fazer dieta é fácil, difícil é mudar um hábito alimentar.

Seguir uma dieta por alguns dias até que dá. Difícil é mantê-la durante meses. Mudar o estilo de alimentação é uma conquista árdua. Primeiro porque o hábito alimentar é o meio pelo qual os indivíduos, ou grupos de indivíduos, respondendo a pressões sociais e culturais, selecionam, consomem e utilizam porções do conjunto de alimentos disponíveis.
Segundo porque essa tomada de decisão sofre a influência de um conjunto de fatores ligados por complexas interações: condicionamentos e regulações de caráter biológico, ecológico, psicológico, tecnológico, econômico, e também socioculturais, como preferências e aversões individuais ou coletivas, sistemas de representações, sistemas de normas, etc. Tudo isso influi na eleição, na preparação e no consumo dos alimentos. Portanto, essa escolha não é individual, ela reflete os grupos sócio-culturais que o indivíduo participa. Além disso, é uma forma de comunicação, na qual cada um explicita sua forma de ver o mundo.
Nesse aspecto, a família como primeiro grupo social exerce um papel fundamental na formação e manutenção dos hábitos alimentares. É nela que o indivíduo tem suas primeiras experiências afetivas, relacionais e gastronômicas. a alimentação na família não se resume ao ato de comer, ela agrega os valores, os significados e as regras do grupo, ou seja, a forma como cada membro deve se relacionar entre si e com o mundo. Dessa forma, o que , como , onde e com quem se come passam a ser características importantes da identidade familiar, podendo, para algumas famílias, se tornarem a principal expressão de vínculo entre os seus membros. Nesse sentido, mudanças no padrão alimentar influenciam diretamente a dinâmica da família, podendo, dependendo da capacidade de adaptação do grupo e do nível de coesão entre seus componentes, gerar resistência dos familiares a mudanças individuais de dieta.Assim, é importante compreender como se organiza o grupo familiar e quais as implicações do seu funcionamento no tratamento dietoterápico. Assunto para os próximos posts. Até breve!

Ingredientes da receita:
  • Bleil, S.I. (1998). O padrão alimentar ocidental: considerações sobre a mudança de hábitos no Brasil. Cadernos de Debate, 4, 1-25.
  • Castro, C.M. & Coimbra, M. (1985). O problema alimentar no Brasil. São Paulo: Ed. da Unicamp.
  • Otto, A.F.N. & Ribeiro, M.A.(2007). Obesidade e Transtorno da Compulsão alimentar Periódica: um estudo sobre a dinâmica familiar. Dissertação de Mestrado. Universidade Católica de Brasília.
  • Tassara, V. (2006). Obesidade na infância no contexto sociofamiliar: possibilidades de (des)construção e (res)significação de identidades (pré-)escritas. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Minas Gerais.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Um poema para aquecer a conversa

No princípio eram apenas figuras,
retratos, formas imóveis,
Luz e sombra
Pinceladas pelo artista.

Agora, tudo é movimento.
É dança de relações sem início e sem fim,
É mistério contínuo e pulsante,
É universo de vida.

Vida, simplesmente,
Calma, intensa e sublime.
 Vida que simplesmente se vive.

Entrevista na Rádio Nacional de Brasília

Hoje às 10:15 fui entrevistada ao vivo pela jornalista Luiza Inez no programa Cotidiano da Rádio Nacional de Brasília sobre minha pesquisa sobre Obesidade e Transtorno de Compulsão Alimentar e as relações familiares. A entrevista foi legal, a Luiza é muito competente. Foi uma experiência interessante. Resumidamente falamos sobre a influência da família sobre o indivíduo, sobre a alimentação carregar em si vários sentidos sociais e afetivos, sobre algumas características das relações familiares de pessoas com obesidade grave e a importância da inclusão da família no tratamento. Assuntos que a medida que for dando tempo vou cozinhar e servir para vocês. Por hora é só. Um brinde? Tim,tim!!

domingo, 25 de abril de 2010

Por que um blog?

Talvez a melhor pergunta seja: Para que um blog? Quando terminei o mestrado pensei que minhas inquietações sobre a alimentação e o contexto familiar tinham cessado. Afinal, desde a minha graduação, a reação das famílias de meus pacientes ao tratamento nutricional para controle de peso me intrigava - os familiares apoiavam verbalmente, mas de uma forma inconsciente boicotavam a dieta. Por conta disso, fui estudar sobre as relações familiares e acabei me tornando terapeuta de família. Não satisfeita, quis ir mais a fundo e fiz o mestrado em psicologia para pesquisar as relações familiares de pessoas com obesidade grave. Daí, pensei: Acabou, agora vou pensar e fazer outras coisas! Doce ilusão.
Minha inquietação não passou. Ou melhor, ela se transformou. Hoje entendo o que se passa com as famílias quando um estranho de fora vem mudar a alimentação de um de seus membros. Contudo, preciso discutir isso com o mundo e ajudar pessoas e famílias a melhorar a saúde sem colocar em risco os valores, os sentimentos  e o relacionamento entre seus pares.
Talvez, você esteja pensando: E por que ela não escreve um livro? A resposta é simples, um livro é um monólogo. Eu preciso de um espaço de discussão, de interação. Eu preciso fazer contato e transformar o conhecimento que construí nessa caminhada com aqueles que querem e precisam dele. Sem medos, sem preconceitos, sem barreiras.
Vou tentar ir postando aos poucos algumas considerações e ir alimentando nossa discussão.
Obrigada por sua leitura e até breve.