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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Fazer dieta é fácil, difícil é mudar um hábito alimentar.

Seguir uma dieta por alguns dias até que dá. Difícil é mantê-la durante meses. Mudar o estilo de alimentação é uma conquista árdua. Primeiro porque o hábito alimentar é o meio pelo qual os indivíduos, ou grupos de indivíduos, respondendo a pressões sociais e culturais, selecionam, consomem e utilizam porções do conjunto de alimentos disponíveis.
Segundo porque essa tomada de decisão sofre a influência de um conjunto de fatores ligados por complexas interações: condicionamentos e regulações de caráter biológico, ecológico, psicológico, tecnológico, econômico, e também socioculturais, como preferências e aversões individuais ou coletivas, sistemas de representações, sistemas de normas, etc. Tudo isso influi na eleição, na preparação e no consumo dos alimentos. Portanto, essa escolha não é individual, ela reflete os grupos sócio-culturais que o indivíduo participa. Além disso, é uma forma de comunicação, na qual cada um explicita sua forma de ver o mundo.
Nesse aspecto, a família como primeiro grupo social exerce um papel fundamental na formação e manutenção dos hábitos alimentares. É nela que o indivíduo tem suas primeiras experiências afetivas, relacionais e gastronômicas. a alimentação na família não se resume ao ato de comer, ela agrega os valores, os significados e as regras do grupo, ou seja, a forma como cada membro deve se relacionar entre si e com o mundo. Dessa forma, o que , como , onde e com quem se come passam a ser características importantes da identidade familiar, podendo, para algumas famílias, se tornarem a principal expressão de vínculo entre os seus membros. Nesse sentido, mudanças no padrão alimentar influenciam diretamente a dinâmica da família, podendo, dependendo da capacidade de adaptação do grupo e do nível de coesão entre seus componentes, gerar resistência dos familiares a mudanças individuais de dieta.Assim, é importante compreender como se organiza o grupo familiar e quais as implicações do seu funcionamento no tratamento dietoterápico. Assunto para os próximos posts. Até breve!

Ingredientes da receita:
  • Bleil, S.I. (1998). O padrão alimentar ocidental: considerações sobre a mudança de hábitos no Brasil. Cadernos de Debate, 4, 1-25.
  • Castro, C.M. & Coimbra, M. (1985). O problema alimentar no Brasil. São Paulo: Ed. da Unicamp.
  • Otto, A.F.N. & Ribeiro, M.A.(2007). Obesidade e Transtorno da Compulsão alimentar Periódica: um estudo sobre a dinâmica familiar. Dissertação de Mestrado. Universidade Católica de Brasília.
  • Tassara, V. (2006). Obesidade na infância no contexto sociofamiliar: possibilidades de (des)construção e (res)significação de identidades (pré-)escritas. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Minas Gerais.

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