Bem-vindo ao NUTRIÇÃO DE FAMÍLIA!
Aqui entendemos que a alimentação nutre mais que corpos, nutre relações.

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sexta-feira, 24 de maio de 2013

A rotina de Anastácio

Anastácio está tentando ganhar a vida. É taxista. Trabalha das 8 às 22h, “tem dia”.

Está com obesidade e tudo que quer é fazer a famosa cirurgia. Contudo, para isso tem que passar pelo nutricionista e perder alguns quilos para diminuir o risco cirúrgico.

A dieta é linda. Rica em frutas, legumes, com a quantidade e qualidade perfeita para o corpo dele. Entretanto, Anastácio não perde peso.” Deve ser o platô”, pensa o nutricionista, afinal o taxista afirma que segue direitinho a dieta. Ele pensa, “se digo que não consigo seguir porque não tenho horário para comer, ele briga comigo, e manda eu me esforçar e seguir a dieta. A culpa é minha mesmo de ser gordo. Mas, como vou seguir esse papel? Não consigo comer aquelas coisas entre uma corrida e outra. Tem dia que só faço um lanche o dia inteiro. Tenho que garantir o pão de cada dia. Não posso ficar dispensando corrida, meu chefe fica de olho. Daí, chego a minha casa morto de fome. Minha família briga porque estou comendo demais. Fico com vergonha, mas estou faminto. Comigo, só tem um jeito, a faca.”

Será? Será que não teria como adequar a dieta à rotina de Anastácio? Será que não daria para mudar os alimentos e tornar possível ele ter a quantidade e a qualidade no tempo certo?

Anastácio começou a participar das reuniões de preparação para a cirurgia e começou a ficar preocupado. O pós-cirúrgico não será nada fácil e sua família acha que ele tem é “falta de vergonha na cara”. Tudo aquilo que comia para se satisfazer, que aprendeu, até, a cozinhar com a mãe, terá que sair do seu cardápio. Além disso, deverá tomar vitaminas, evitar açúcar e outras coisinhas mais.” Meu Deus, porque não dei um jeito de seguir o tratamento do nutricionista, poderia ter mudado de emprego, ter comido só as frutas, podia ter ficado sem comer à noite como fazem as celebridades. Poderia, poderia, poderia...”

É, Anastácio, a dieta poderia ter sido construída junto com você e ter considerado a sua rotina. Você poderia ter sido o agente e não o paciente. Na busca de resultados rápidos, às vezes, nós nutricionistas receitamos alimentos, dizemos a pessoa que ela deve comer tal coisa a tal hora, como se a comida viesse em cápsula e a bebida em conta-gotas, e não houvesse um contexto psicossocial envolvido.

Que pena! A vida de Anastácio seria diferente se ele tivesse sido considerado na tomada de decisão, se ele tivesse abertura para dizer: “não está dando certo”, se o nutricionista fosse menos médico e mais terapeuta.

Mas, o que dizer? Ainda há tempo. Precisamos repensar o tratamento nutricional, a postura profissional, a formação acadêmica. Pois, de fato, o acolhimento, a escuta e a disposição de empoderar o paciente, agindo como catalizador e não curador, pode, com certeza, melhorar a saúde e a vida de muitos Anastácios por aí.

• Anastácio é um nome fictício.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

De volta ao blog!!!!

Depois de uma pausa prolongada para tratar da vida, volto a dividir minhas descobertas, inquietações e pensamentos.

Talvez, agora mais amadurecida, eu tenha mais disposição, alegria e liberdade para criar, postar, copiar, divulgar, brincar, subtrair, somar, multiplicar e claro, (como está na moda) curtir!!


Espero conseguir postar semanalmente, pelo menos. Esse é o meu desafio...rss